O escopo da linguística e onde a minha linha de pesquisa se situa na ciência da linguagem
Definir a linguística e o seu objeto não é uma tarefa fácil. Mas é possível, de modo introdutório, afirmar que a linguística é a ciência que estuda o que é e como funciona a linguagem humana por meio do estudo das línguas naturais em seus diferentes aspectos. Assim, é tarefa do linguista conhecer uma ou mais línguas e fazer o seu estudo de forma descritiva e explicativa no intuído de inferir como a língua ou as línguas se estruturam e funcionam (e consequentemente compreender a linguagem humana, que fica localizado no lado esquerdo do cérebro), levando em conta os mais variados aspectos: os sons, os morfemas, a estrutura sintática das sentenças da língua, os enunciados, os textos, os discursos e muito mais.
Com sua postura científica, a linguística difere da abordagem prescritiva da Gramática Tradicional/Normativa e considera relevantes as mais diversas variedades linguísticas e os seus fatores. Ao longo do tempo, os estudos linguísticos passaram por diversas transformações e, com elas, surgiram diversas concepções de linguagem amparadas em variadas teorias linguísticas. Observe os gráficos abaixo:
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No gráfico há um esquema com as diferentes linhas de estudos linguísticos. A partir da observação dos gráficos é possível estabelecer a seguinte organização: Fonética, Fonologia, Morfologia e Sintaxe, compondo os estudos sobre a estrutura da língua em si (mas sem deixar de lado os fatores externos); Semântica, Pragmática, Sociolinguística, Linguística Textual e Análise do Discurso (além de diversas outas teorias), enfatizando a relação entre os sentidos da língua com os falantes, sujeitos, condições de produção, história e ideologia.
Dito isso, a linha de pesquisa na qual desenvolvi o meu projeto é a "Análise Materialista do Discurso", Fundada por Michel Pêcheux (1975) e retrabalhada no Brasil por Eni Orlandi (2015 [1999]). Esse ramo de estudos da linguagem procura compreender o funcionamento dos sentidos, dos discursos, na linguagem levando em conta os sujeitos, a história, as condições de produção e a ideologia.
Referências:
Fonte: https://is.muni.cz/el/1441/podzim2007/AJ2BP_USAJ/um/1_The_scope_of_linguistics.pdf.
MARTELOTTA, Mário Eduardo (Org.). Manual de linguística. 12 ed. São Paulo: Contexto, 2023.
ORLANDI, Eni de Lourdes Puccinelli. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. 12. ed. Campinas: Pontes Editores, 2015.
PÊCHEUX, Michel (1975). Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Trad.: Eni Puccinelli Orlandi [et al.]. 2. Ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1995.
SAUSSURE, Ferdinand de; organização Charles Bally e Albert Sechehaye. Curso de Linguística Geral. 28. Ed. São Paulo: Cultrix, 2012.
Ótimo texto!
ResponderExcluirObrigado! ☺️
ExcluirMuito bom!
ResponderExcluirObrigado! 😊
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